Os dirigentes e donos das empresas nem sempre sabem construir uma estratégia e colocá-la no papel para que ela sirva de uma direção. Mas já basta que ela esteja na cabeça do diretor para que possamos construir um conjunto de ações para decidir sobre como maximizar à alocação dos recursos disponíveis e manter um foco. Por isso, cabe ao administrador, contratado para assumir algum cargo dentro da estrutura organizacional, compreender e aprender quais são os objetivos do sócio e orientar a empresa para atingir esse desejo. É assim que um setor financeiro, de produção, RH, marketing pode ser estratégico.
A formação em administração seria o ideal para os sócios e os componentes da diretoria, mas, por falta dessa formação, é o gestor quem deve organizar o processo para conduzir a empresa a atingir as metas e criar valor para a organização. Fazer a análise da viabilidade dos objetivos que o dirigente pretende alcançar deve ser a prioridade. Decidir se as capacidades da empresa são compatíveis com o que é desejado. Algumas vezes a diretoria quer obter um aumento substancial nas vendas em um ano. Um objetivo ousado, mas que depende de recursos, processos e valores para que isso se torne viável. E a grande visão dos dirigentes se torna um fracasso. Coloca-se a culpa na crise, na falta de vontade dos gerentes e funcionários. Mas ninguém teve coragem de dizer que não é de qualquer maneira que se cria um planejamento. Não se pode viver de utopias e devaneios. Usar boas técnicas e ferramentas de gestão são fundamentais.
Para obtermos resultados ousados temos que dividir a meta em etapas, não se pode aumentar os resultados de 80%, por exemplo, de um dia para o outro. Se projetarmos o crescimento para o futuro, devemos dividi-lo em períodos e elaborar e descrever iniciativas para cada período, assim como, medir o resultado dessas iniciativas periodicamente. Avaliar se a empresa conseguiu atingir as metas parciais e reforçar iniciativas caso não se tenha atingido o que se queria, para que numa fase final se possa atingir uma meta grande. É claro que se deve considerar também os fatores externos à empresa compostos do mercado e do extra mercado, isto é, que existem os rivais e que as circunstâncias são possíveis de interferir na estratégia e devem ser monitorados.
O planejamento deve buscar metas exequíveis, o exagero, também, pode comprometer os resultados. Cabe ao gestor, também, instruir a empresa a ajustar as capacidades, os recursos, os processos e valores ao plano de ação para que a empresa atinja o objetivo nos prazos previstos. A diretoria deve apresentar aos setores o orçamento e seu plano de desembolso para o projeto. Mas também cabe a diretoria: Ensinar a todos os setores de atividades como a empresa deverá executar o plano de ação e o qual será a função e a meta de cada um. Quais os produtos e quantidades com que a empresa pretende atingir esses objetivos, em que mercados irá se expandir, com que força de vendas e quais os números que deverão ser atingidos por cada um. Assim todos irão saber quanto deverão contribuir com resultados no tempo previsto.
Se o empreendedor se valer de um especialista para realizar e executar o planejamento, deve criar as condições e ambiente para que a o choque de cultura não seja obstáculo para o profissional que se juta a organização.
Com a experiência em planos de ação uma equipe estará preparada para outros desafios, será possível a empresa criar outros objetivos mais ousados e impor aos rivais sua liderança setorial.
Paulo Augusto Grandi é especialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Caxias do Sul. Atualmente está cursando Mestrado em Gestão de Negócios Internacionais pela Ohio University. É diretor da Semeq Inc, professor da FGV Management e Diretor da GForte Incorporações