Época de comemorações, jantares, família reunida, amigos e a festa de final de ano da empresa.
E como é saudável essa reunião na organização onde abraços, troca de presentes, desejos de um ano melhor e oportunidades de conhecer mais pessoas e de aprofundar laços de amizade com quem passamos várias horas por dia, quase todo dia.
No entanto, ainda é a “festa da empresa” e como tal, uma extensão da mesma. Requer cuidados e atenção para com o comportamento.
Parece natural que nessa situação se possa beber, comer, rir e abraçar à vontade. Pode, mas não à vontade. Muitos profissionais não percebem o limite e acabam por extrapolar na diversão. E qual o problema?
O problema é que por ser a festa uma extensão da empresa, ainda vale a preocupação com a autoimagem, mas muitos aproveitam o momento para exagerar na bebida, falar mal de chefes, comportar-se com certa intimidade com colegas do sexo oposto, enfim, atitudes que talvez não chamassem muito a atenção caso ocorressem num bar, numa boate ou em casa de amigos. Mas, na festa da empresa, comportamentos fora do padrão, com toda certeza vai fazer algum estrago na vida do profissional.
Algumas pessoas optam por não participar, muitas vezes com desculpas, mas é preciso cuidado, pois o profissional poderá ser interpretado como um antissocial, além de perder uma ótima oportunidade de relacionar-se com outras áreas da empresa, estreitar contatos interessantes, ser visto por diversos outros profissionais aumentando a visibilidade e oportunidades futuras, além de explicitar sua competência em relacionamentos interpessoais.
Então se é um bom negócio participar desses eventos, melhor ainda é “manter a classe”, ou seja, seguir as regras mesmo na festa.
Não se mistura amizade profissional com intimidade. Nada de tentar se aproximar mais daquela pessoa que sempre chamou a atenção e até despertou certo interesse. Se quer fazer isso, nunca no ambiente empresarial, mesmo em dia de festa.
Também por mais que o gestor seja “legal”, ele não é um amigo íntimo, portanto, evite abraçar, beijar ou brincar de forma exagerada. Isso vale para toda a hierarquia da organização. E aproveitando a aproximação dos diretores e até mesmo do presidente, definitivamente não é o momento para se promover e tentar mostrar suas competências profissionais.
E com os colegas de trabalho, deve-se evitar brincadeiras de mal gosto como contar situações constrangedoras, erros cometidos pelos colegas ou aqueles famosos “apelidos” que acabam às vezes por magoar e ferir as pessoas.
E quanto ao que vestir, claro que não há necessidade de ser o mesmo estilo do dia-a-dia de trabalho. Pode ser mais alegre, moderno, mas, para as mulheres, nunca exagerado quanto ao brilho, decote e transparência. Bom senso sempre.
Comportamentos extrapolados, bebidas em excesso, intimidades e demais atitudes que excedem podem até causar demissão, e quando isso não acontece, tende a “manchar” a carreira do profissional e resgatar a imagem pode ser mais difícil do que se imagina.
O recomendado é divertir-se, conversar com todos, aproveitar e conhecer melhor as pessoas, ampliar as relações com profissionais de outros setores de maneira descontraída e alegre.
Deixe para extrapolar com família e amigos íntimos. Afinal, é mais difícil ser demitido por eles.
E boas festas!
Eline Rasera, psicóloga, Coach, especialista em Gestão de Pessoas e professora da IBE-FGV.