Há tempos atrás, não se falava na tal sustentabilidade, mas, sim, em evolução tecnológica e industrialização, entre outros fatores que privilegiavam apenas um ponto de vista dos três necessários para manter um ambiente equitativo ou sustentável: o ponto de vista econômico, em que se enxergava o crescimento e não a evolução das empresas e operações.
Para se mudar uma forma de pensar, para poder alterar a cultura de um povo, para se implantar novas metodologias, nova cultura, novos paradigmas é necessário empregar um processo chamado de EDUCAÇÃO.
Essa educação deve ser iniciada nos primeiros passos de um indivíduo na escola, já que a formação do caráter se dá até os oito anos mas deve ser também continuada por toda a vida, principalmente após o início da vida profissional. É neste momento que se concebe o desempenho e cultura deste indivíduo e sua relação com o ambiente empresarial. É através de suas atitudes que ele poderá mudar diretamente a vida de muitas pessoas que interdependem da mesma organização.
Se por um lado, nas grandes metrópoles, temos a falta de tempo, custo e dificuldade de mobilidade, nos locais mais afastados, interioranos e ou ribeirinhos há falta de acesso a locais que possuam infraestrutura de capacitação de mão de obra, para poder levar até estes profissionais o nível de conscientização de sustentabilidade que o planeta precisa.
Mas, se um colaborador estuda em seu ambiente de trabalho ou em casa por meio da internet, televisão ou qualquer outra tecnologia, estará acessando muito mais facilmente o nível de informação sobre sustentabilidade, necessária para sua formação e transformando esta informação em ação, em prol da sustentabilidade.
É com esta roupagem, buscando se encaixar tanto no mercado corporativo como no mercado de formação individual, que o EAD se modela e se torna flexível, podendo atingir desde um indivíduo até um grande grupo de pessoas, podendo ser um curso de formação regular ou um curso de formação corporativa.
Por isso, algumas mudanças sensíveis começam a surgir no método tradicional de educação. Caminhamos para uma aproximação veloz entre os cursos presenciais (cada vez mais semi-presenciais) e os a distância.
Os presenciais passam a ter disciplinas parcialmente à distância e outras totalmente à distância. E os mesmos professores que estão no presencial-virtual começam a atuar também na educação a distância.
Teremos inúmeras possibilidades de aprendizagem que combinarão o melhor do presencial (quando possível) com as facilidades do virtual.
Isto torna claro cada vez mais a forte tendência de substituirmos a palavra conteúdo, por informação.
Não é raro hoje em dia falarmos sobre TIC (Tecnologia, Informação e Comunicação), aplicada à educação.
A TIC é cada vez mais utilizada pois a sociedade hoje se estrutura em redes, redes sem fronteiras, que estão totalmente alicerçadas em redes sociais e de relacionamento através da WEB, a grande rede de comunicação, via internet.
Existem estudos que mostram que a tendência da educação se baseará em participação em projetos organizados, em torno de problemas que levem os alunos a “descobertas” de novos conhecimentos.
O mundo corporativo busca cada vez mais capacitar profissionais para identificar problemas, achar e filtrar informações, tomar decisões e comunicar, com eficácia e a compreensão profunda de certos domínios de conhecimento, estudados.
Diante do cenário de agilidade exigido pelo mercado profissional e corporativo, a convergência tecnológica e de mídias como a televisão – TV interativa – Internet multimídia – de banda larga – celulares de terceira geração, acesso wireless (sem fio) se tornam cada vez mais, demanda e cenário.
O que está claro é que a educação através de novas mídias conectadas é uma realidade, cada vez mais presente e evolui de forma irreversível. Nada será como antes, em qualquer nível de ensino.
Luiz Fernando de Araújo Bueno, professor de Ética e Sustentabilidade da IBE Conveniada FGV e diretor do Departamento de Sustentabilidade do Ciesp Campinas