Mercado já via expansão mesmo antes da pandemia
A pandemia do novo coronavírus (Sars-cov-2) colocou à prova a capacidade hospitalar do sistema de saúde global. Dos países mais ricos aos mais pobres, setor público e privado, nenhum escapou ileso à maior crise sanitária dos nossos tempos. Apesar do cenário estarrecedor, o setor viu um crescimento surpreendente – ao contrário de tantos outros gravemente afetados – e atraiu a atenção de investidores antenados nas tendências do mercado.
Em se tratando de Brasil, um dos maiores desafios enfrentados foi a falta de estrutura para atender a alta demanda de pacientes nos hospitais. Para usar a expressão cunhada por especialistas, o sistema entrou em colapso. Neste cenário de instabilidade, pensar no pós-crise é fundamental para identificar as oportunidades que podem surgir, principalmente considerando que a situação pandêmica vai perdurar ainda por algum tempo.
O mercado de saúde brasileiro é o maior da América Latina, fazendo circular cerca de US$ 42 bilhões no setor privado. Conjuntamente, uma das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a inversão da pirâmide etária, com mais idosos e menos jovens na população brasileira – como consequência, há maior procura por serviços médicos. Portanto, este é um mercado altamente promissor.
Além disso, uma das tendências pós-pandemia é a busca por melhor qualidade de vida. Já conseguimos perceber algumas mudanças agora, como o aumento na procura por aulas de ginástica em casa durante o isolamento, a fim de manter a boa disposição física e mental, e a melhor alimentação, para não deixar a imunidade baixa. A saúde será prioridade durante os próximos anos.
Uma das principais portas de entrada para este mercado é através da criação de uma startup. O termo, de origem inglesa, remete a empresas jovens com capacidade de crescimento rápido, diferentemente das pequenas e médias empresas (PMEs), que levam mais tempo para se estabelecer como negócio lucrativo. Além disso, as startups andam lado a lado com as inovações tecnológicas, buscando otimizar o serviço que oferecem e se destacando frente às concorrentes.
No Brasil, já temos alguns cases de sucesso, como é o caso do Dr. Consulta, que permite o agendamento de consultas e exames, através do site ou aplicativo, de forma simplificada; o Docway, aplicativo pensado para quem busca um tratamento diferenciado, onde o paciente pode agendar uma consulta com o médico na sua própria casa; e o Healthcentrix, que usa inteligência artificial para identificar riscos de se desenvolver determinada doença, a partir de dados coletados previamente.
O momento está cheio de oportunidades para quem quer investir na área da saúde. Identificar as novas demandas surgidas a partir da pandemia e investir em inovação e tecnologia são algumas das tarefas dos novos empreendedores.