Calcular e controlar o capital de giro são tarefas essenciais para o bom funcionamento de um negócio. Afinal, manter as operações exige custos. No entanto, o valor necessário varia de acordo com o porte, o segmento e a atividade exercida pela empresa. Com base em algumas informações do dia a dia é possível dimensionar esse montante.
Para isso, é preciso compreender a finalidade do capital de giro. Do momento em que o empresário adquire um produto para o estoque até a venda ao cliente e o recebimento do pagamento, que pode ser à vista ou a prazo, as despesas da empresa não esperam.
“É importante que você tenha um dinheiro que te dê cobertura durante esse período. Esse montante financeiro é o chamado capital de giro”, define o consultor do Sebrae Mato Grosso do Sul, Marco Boza, no canal Sebrae Ensina.
O capital de giro varia de acordo com cada empresa porque é utilizado para arcar com custos como aluguel, energia, folha de pagamento dos funcionários, dentre outras despesas que são diferentes para cada tipo de negócio. Uma análise detalhada sobre a rotina e as finanças da companhia permite chegar ao valor ideal.
Para calcular a necessidade de capital de giro de uma empresa, é necessário estar com o controle financeiro em dia. E uma das primeiras ações para garantir a organização das finanças é separar as contas de pessoa física e pessoa jurídica. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, essa é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos pequenos negócios.
Ele compara que, assim como a pessoa física precisa de uma reserva de emergência, a pessoa jurídica também necessita de recursos para arcar com compromissos e investir em equipamentos, funções do capital de giro. “Por isso, é importante que esses dois mundos não se cruzem”, corrobora, em entrevista à associação.
O consultor do Sebrae Mato Grosso do Sul, Marco Boza, explica o passo a passo para calcular a necessidade do capital de giro de uma empresa. "Primeiro, calcule o prazo médio de todas as contas a pagar.” Ele exemplifica que, se metade dos pagamentos for à vista e a outra metade em 30 dias, o prazo médio será de 15 dias.
No segundo momento, ele orienta calcular o prazo para o recebimento dos clientes. Ele, então, dá outro exemplo. Se metade dos consumidores efetiva o pagamento em 30 dias e a outra metade em 60, o prazo médio de recebimento será de 45 dias.
O especialista conclui a primeira parte do cálculo. “Se você demora 45 dias para receber e 15 para pagar, há um intervalo de 30 dias que alguém precisa bancar.” Esse “alguém” é o capital de giro.
A segunda etapa do cálculo consiste em descobrir qual é o gasto que a empresa tem por dia para se manter ativa. Para descobri-lo, Boza explica que é preciso identificar o custo fixo da empresa – como aluguel, energia, telefone, internet, folha de pagamento, dentre outros – e o custo variável, como preço da matéria-prima e cobranças de impostos. Em seguida, deve-se calcular uma média para estimar qual é o valor da despesa diária.
Ao multiplicar o número de dias que necessitam de uma cobertura financeira, encontrada na primeira etapa do cálculo, pelo valor médio da despesa por dia, encontra-se uma parte do capital de giro necessário para a empresa funcionar.
A terceira etapa do cálculo consiste em contabilizar o valor necessário para o estoque até a próxima reposição. Por fim, soma-se essa quantia à que foi encontrada anteriormente. Assim, é possível saber o montante do capital de giro e assegurar a saúde financeira do negócio.