O tema da gestão e da capacidade operacional das empresas tem sido debatido há anos. A gestão, impactada por novos modelos de liderança, gerenciamento de equipes, processos e serviços/produtos, vem sofrendo grandes mudanças e sendo impactada diretamente por cenários sociais, políticos e econômicos adversos, no que tange ao contexto brasileiro.
Desde 2020, empresas, organizações e pessoas foram colocadas diante de desafios de adaptabilidade ainda maiores. Redução da mobilidade, isolamento social, novos formatos de trabalho e prestação de serviços, redução do ativo econômico circulante.
O impacto negativo sobre a atividade econômica refletiu de forma significativa nos recursos disponíveis, sejam eles financeiros ou de pessoas, bem como nos serviços essenciais de assistência aos grupos mais vulneráveis da sociedade.
Mas aqui não tenho como objetivo falar da crise que todos já estão vivendo e, sim, abordar formas criativas de gerenciar esse contexto de escassez, transformando em um quadro de oportunidades de desenvolvimento, crescimento e melhorias, tanto internas quanto no que cada um de nós, como cidadão ou instituição, oferecemos para a sociedade.
O mais relevante numa situação como a que estamos vivenciando é aprender a identificar rapidamente os recursos que estão em baixa e as prioridades para se manter no mercado com inteligência. Não é porque se tem pouco que não se pode fazer nada.
Em mudanças drásticas de cenários, com riscos flutuantes e recursos escassos, elencar o que é relevante e pensar em estratégias fora da caixa é determinante para a sobrevivência. A assertividade no planejamento e condução da gestão de ‘crise’ é fundamental. Por isso, vou listar aqui algumas medidas práticas a serem adotadas:
Sinto-me privilegiado pela oportunidade de ter estudado Economia. De uma maneira simplista, posso afirmar que o estudo da Economia nos permite acessar um conjunto de conhecimentos estratégicos para análise de dados e tomadas de decisões. A Economia nos proporciona trabalhar de forma lógica sobre os ajustes organizacionais, pautando-nos, sempre, no melhor aproveitamento dos escassos.
Não obstante, e não somente agora à frente de um grande Instituto, mas também quando conduzia complexos processos em grandes empresas e projetos com marcas e produtos globais, consolido meu conhecimento e aprendizado na construção de legados que promovam transformações positivas em nossa sociedade.
Para exemplificar com uma experiência recente, no LIVRES, a partir de 2020 vimos uma queda drástica, de mais de 80% na receita advinda de doações, contudo, e apesar de todos os fatores adversos, não apenas mantivemos nossas operações, como ampliamos o número de pessoas e comunidades diretamente beneficiadas em mais de 42%, bem como nos deparamos com parceiros incríveis, que abraçaram conosco a causa e a missão, a fim de sermos agentes efetivos de transformação em nossa sociedade.
Clever Murilo Pires, CEO do Instituto LIVRES e mentor em gestão.