A maneira como uma corporação é administrada repercute diretamente em sua evolução. E essa realidade se aplica especialmente nos escritórios de advocacia que, em geral, são empresas enxutas e focadas em resultado.
Para uma gestão empresarial eficiente em fluxo financeiro, é preciso compreender as demandas, ou seja, custos fixos e variáveis, recebimentos e, principalmente, o impacto de cada um desses itens na saúde financeira da corporação.
Ou seja, com as finanças em ordem, é possível dar andamento aos projetos de expansão. São elas que definem investimentos e perspectivas futuras de crescimento. Mas como fazer isso em um ano de grandes oscilações conjunturais como 2022?
Estamos vivendo um período de inflação e instabilidade política, além de diversos outros fatores que tornam o cenário incerto. Nesse contexto turbulento, o primeiro ponto a ser destacado são as relações pessoais. Todas as vezes que nos deparamos com longas e profundas crises, como a da covid-19, mudamos a forma como nos comunicamos. Somos impactados psicológica e emocionalmente, e essas alterações nas relações com colaboradores, clientes e parceiros têm a capacidade de “balançar” o andamento empresarial.
Uma administração bem alinhada e segura é capaz de trazer estabilidade e harmonia. Pode-se até aproveitar o momento de dificuldade para gerar um novo serviço que alavanque as negociações. Basta ter discernimento para enxergar novas oportunidades.
A segunda reflexão é sobre a capacidade de controle do negócio. Quando se fala em administração, sabemos que temos mecanismos internos de gestão, mas as instabilidades do mercado fogem ao nosso alcance. É possível que uma situação traga benefícios ou que se revele uma ameaça ao negócio. Por isso, o gestor precisa estar bem informado sobre o mercado, para ter discernimento na tomada de decisões assertivas. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2021, cerca de 600 empresas fecharam as portas no intervalo de dois anos, período em que a pandemia se mostrou mais agressiva.
No segundo trimestre de 2019, o país tinha 4,369 milhões de empresas – a maior marca para o intervalo de abril a junho na série histórica, com dados a partir de 2012. Devido à pandemia, o número passou a cair em 2020 e atingiu 3,788 milhões no segundo trimestre de 2021.
Se o empresário oferta um serviço que é sensível aos impactos e mudanças mercadológicas, o primeiro passo deve ser pensar em como pode se reinventar. Ou seja, a partir do momento em que é visível que o produto ou serviço não está saindo por conta do momento, a busca por alternativas é o melhor caminho.
Embora a pandemia da covid-19 tenha levado muitos negócios a fechar as portas, por outro lado, apresentou muitas saídas. É notável que muitas empresas se reinventaram por meio da resiliência nesse período difícil. Nessa direção, contar com uma expertise focada na solução de problemas é uma alternativa factível e que muitas vezes está mais perto do que se pensa. Um dos suportes para detectar novos caminhos na tomada de decisão é o uso de ferramentas e softwares de gestão que ajudam no planejamento estratégico.
Essas dicas podem parecer simples num primeiro momento, mas quando aplicadas de forma consistente e responsável, trazem muito mais segurança ao dia a dia empresarial e resultados mensuráveis no longo prazo. Boa sorte!
*Beatriz Machnick é professora, contadora, especialista em Controladoria e Finanças, mestre em Governança e Sustentabilidade. CEO e fundadora da BM Finance Group com sede em Curitiba e presença em 23 estados do Brasil. Pioneira da metodologia de Formação de Preços na Advocacia com a tríade dos livros de gestão na advocacia: Gestão Financeira na Advocacia - Teoria e Prática (2020), Valorização dos Honorários Advocatícios – O Fortalecimento da Advocacia através da Gestão (2016) e Honorários Advocatícios – Diretrizes e Estratégias na Formação de Preços para Consultivo e Contencioso (2014). Professora na Escola Superior da Advocacia e na Ordem dos Advogados do Brasil.