A partir do segundo semestre de 2021, com a recuperação do setor de serviços ocasionada pelo controle da covid-19, deu-se início à aceleração de pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras, as mais afetadas pelas restrições da pandemia. Porém, por conta de uma série de fatores econômicos, como a inflação, desemprego e queda da renda do brasileiro, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) aponta a perda de fôlego, mostrando diminuição na movimentação financeira real das PMEs entre junho/22 e agosto/22.
O setor teve apenas um modesto crescimento de 0,8% no acumulado do ano até agosto deste ano – em relação ao mesmo período de 2021 - resultado inferior ao verificado no índice geral (IODE-PMEs) de movimentação financeira real do mercado de PMEs no país (+3,3% na mesma base de comparação).
Figura 1: IODE-PMEs – Serviços
(Variações anuais em %)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, apesar dos resultados mais fracos, algumas atividades estão se beneficiando com a retomada econômica em 2022. “Após queda de 3,9% em 2020, o PIB brasileiro avançou 4,6% em 2021 e a média de projeções do mercado para este ano (agregada pelo relatório Focus do BCB) aponta um crescimento adicional de cerca de +2,4%”, explica.
Como exemplo do avanço da prestação de alguns serviços voltados majoritariamente às empresas, as PMEs de atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria apresentaram expansão de 5% da movimentação financeira real, no acumulado do ano até agosto/22.
O resultado é mais robusto do que o verificado pelo IODE-PMEs, mesmo considerando o mercado de PMEs medido pelo índice geral. Do ponto de vista da tendência recente na margem (considerando a média móvel em 12 meses do indicador), esta atividade específica apresenta crescimento médio de 0,4% ao mês, entre janeiro e agosto, frente ao patamar de dezembro de 2021.
Figura 2: IODE-PMEs – mercado total e aberturas setoriais
(Acumulado do ano até agosto/22 – variação anual)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
Outros serviços majoritariamente empresariais também corroboram esse contexto, como o avanço na movimentação financeira real média do fornecimento de alimentos às empresas (+16% no acumulado do ano até agosto/22), aluguel de máquinas e equipamentos para escritório (+2,1%) e outras atividades focadas em companhias (+6,9%).
Mesmo tímido, o crescimento da economia favorece a recuperação dos empreendedores que sobreviveram aos períodos mais agudos da crise, como a abertura – ou reabertura – de empresas que mais sofreram no auge da pandemia.
Segundo o Mapa de Empresas do Governo Federal, há um saldo líquido de cerca de 1,5 milhões de novos CNPJ’s no acumulado do ano até agosto – já descontando o volume de fechamentos no mesmo período.
Especificamente, no primeiro quadrimestre de 2022, observa-se saldo positivo de novos negócios em setores como promoção de vendas; cabeleireiros, manicure e pedicure; restaurantes, lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares – todos segmentos prejudicados pelo fechamento, durante o período de isolamento social de 2020 e parte de 2021.
O crescimento favorece a prestação de serviços destinados aos empreendedores, como as atividades de contabilidade e jurídica. “Apesar dos economistas enxergarem uma desaceleração do PIB brasileiro, a perspectiva é ampliação da demanda por serviços, especialmente ligados à tecnologia. Ainda que os efeitos mais agudos da pandemia na economia tenham ficado no passado, o processo de revolução digital deve seguir em curso e será cada vez mais desafiador”, explica Beraldi.
Especialmente para os contadores, principais parceiros de negócios da Omie, encontrar maneiras de aumentar a produtividade é fundamental e ajuda a manter o crescimento empresarial.
A contabilidade digital reduz custos, diminui esforços em ações rotineiras como fechamento e pagamento de impostos, modernizando o processo e proporcionando rapidez e diminuição de erros humanos. Assim, o movimento de aderência às tecnologias no setor contábil se tornou tendência e deve ser potencializado nos próximos anos.
Hoje, mais de 23 mil contadores espalhados pelo Brasil já são parceiros da Omie, levando eficiência e aprimoramento de gestão para liberar o crescimento de todas as empresas brasileiras.
Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) Compreendendo a relevância das PMEs na economia do Brasil, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades de pequenas e médias empresas. A pesquisa da scale-up Omie é uma apuração inédita entre as companhias do segmento de serviços com faturamento de até R$ 50 milhões anuais e atua como termômetro econômico, além de oferecer uma análise segmentada do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 100 mil clientes, cobrindo 637 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), levando em consideração o índice vigente no último mês de análise, expurgando o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.