Com o avanço tecnológico atual, as companhias se veem obrigadas a impulsionar suas operações e investir em processos mais assertivos, a fim de gerar resultados que superem às expectativas de clientes e parceiros e se destacar perante a concorrência. Indo de encontro a este propósito, a inovação se faz cada vez mais presente nos projetos de crescimento das empresas, sendo uma prioridade para 85% das companhias brasileiras, segundo uma pesquisa da consultoria ACE Cortex.
Neste sentido, existem duas formas principais de apostar em inovação. A primeira por meio da Inovação Fechada, utilizando recursos próprios, e a segunda pela Inovação Aberta, que incentiva a colaboração entre empresas nos projetos inovativos, sendo a preferência de mais de 80% das companhias brasileiras, de acordo com o levantamento realizado pela Organização Social Civil de Interesse Público, Softex.
Inovação aberta: acelerando o desenvolvimento empresarial
Ao contrário do modelo tradicional de Inovação Fechada, o conceito de Open Innovation (Inovação Aberta, em inglês), defende que os processos inovativos em uma empresa podem surgir por meio de fontes externas, enfatizando a colaboração e o compartilhamento de ideias entre diferentes tipos de organização, como parceiros comerciais, fornecedores, clientes, universidades, e até mesmo, o público em geral.
A Inovação Aberta permite, portanto, que diferentes perspectivas e expertises sejam úteis no impulsionamento e implementação de inovações, garantindo que as companhias se concentrem em suas áreas de especialização de fato, enquanto contam com a colaboração externa para complementar e auxiliar em suas capacidades e conhecimentos.
Voltado a todos os tipos de empresas e setores, aqueles que não seguem com um processo de Open Innovation correm o risco de desenvolver desafios ao expandir suas ideias, transformando a inovação em um processo mais moroso e de maior custo.
Desta forma, a adoção deste modelo possibilita que as organizações criem novos produtos, renovem seus serviços, reduzam os custos, minimizem os riscos operacionais e, ainda, alcancem de forma mais assertiva seu público-alvo. Isto porque, com a troca de conhecimentos, o fluxo de inovação ocorre de maneira mais orgânica, aumentando a visibilidade sobre os pontos de melhorias nas organizações.
Além disso, a Inovação Aberta garante a aceleração do desenvolvimento empresarial, ampliando a criatividade, expandindo as oportunidades de negócios e otimizando a competitividade das empresas, permitindo que as mesmas se mantenham atualizadas e relevantes no ambiente corporativo.
No entanto, é importante frisar que sua implementação bem-sucedida requer uma cultura organizacional aberta à colaboração, construção de relacionamentos de confiança e à gestão eficiente dos processos de inovação.
O processo de adesão ao Open Innovation
Atualmente, são diversos os programas de financiamento que fomentam a participação de mais de um tipo de empresa em Inovação Aberta, como o programa de Projetos Cooperativos, promovido pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).
Uma de suas apostas é, por meio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), o desenvolvimento de projetos compartilhados entre empresas que pertencem à mesma cadeia produtiva, o que pode gerar novos produtos e processos que beneficiem todo o setor atendido pelas companhias.
Sendo assim, existem várias formas de implementar Open Innovation nas empresas, desde parcerias com startups, que representam o principal perfil de parceiros (67%) em ações de Inovação Aberta, segundo a Softex, até a participação em Hubs de inovação, ou seja, ambientes que promovem a conexão e o desenvolvimento de soluções inovadoras.
Sendo assim, definir objetivos claros, criar uma cultura de colaboração, identificar parceiros e redes de cooperação, estabelecer canais de comunicação e interação, promover ações de incentivo e avaliar o progresso e os resultados dos projetos, são alguns dos principais passos a serem seguidos por uma companhia que deseja implementar a Inovação Aberta.
Entretanto, existe uma forma efetiva de iniciar este processo, a qual consiste em coletar ideias de clientes, fornecedores da empresa e públicos estratégicos. Além disso, é essencial pontuar que Open Innovation é um processo contínuo e interativo, em que a companhia deve estar aberta a aprender com as experiências, ajustar sua abordagem e buscar constantemente novas oportunidades de colaboração.
Em resumo, a principal tendência da Inovação Aberta é incentivar a participação ativa das empresas em ecossistemas de inovação, proporcionando um ambiente de trocas, envolvendo necessidades e oportunidades, bem como aumentando a capacidade competitiva das companhias, com uma proposta de negócio mais atual e inovador, assim como é exigido pelo mercado.
Andressa Melo é Gerente de Inovação do FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).