Nos últimos seis anos, as classes de renda mais elevada cresceram cerca de 50% no país. Segundo pesquisa divulgada hoje, 10, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as classes A e B, com renda mensal acima de R$ 4.807, representam hoje 15,63% da população contra 10,66% em 2003.
Coordenado pelo economista Marcelo Neri, o estudo revela, por outro lado, diminuição das classes mais baixas. A classe E, com renda de até R$ 804, passou de 29,95% para 17,42% e a classe D, com renda até R$ 1.115, diminuiu de 16,41% para 13,37%.
A classe C, que concentra grande parte da população (53%) e tem renda entre R$ 1.115 e R$ 4.807, também voltou a crescer, passando de 42,99%, em 2003, para 53,38%, em dezembro passado.
A pesquisa A Pequena Grande Década: Crise Cenários e a Nova Classe Média incorpora as mudanças provocadas pela crise em financeira em 2009, que fez oscilar as composições de todas as classes. No entanto, mostra que, ao longo do ano, elas se recuperaram e retomaram o patamar de 2008.
Neri explicou que as perdas ocorreram em janeiro do ano passado, quando a crise chegou ao país. Nos três meses anteriores, no auge do problema, as classes mais prejudicadas foram a A e a B. No período 2008-2009, 14,38% desses indivíduos caíram da classe. O Brasil teve resiliência [capacidade de recuperação] crise. Não de avançar, mas de não retroceder, disse Neri.
De acordo com o estudo, as periferias, alimentadas pelo mercado interno e menos dependentes das oscilações do mercado financeiro, ajudaram a tirar o Brasil da crise.