O bombardeio de indicadores econômicos ruins ao redor do globo em meio à tensão com a proximidade do vencimento de ? 442 bilhões a ser honrado pelos bancos da zona do euro junto ao Banco Central Europeu (BCE), amanhã, devastou os mercados ontem. Com o ainda presente temor de que o compromisso de redução de déficits fiscais assumido pelo G-20 afete a economia global, os investidores se assustaram com a expressiva revisão para baixo do indicador econômico antecedente na China e com a sensível piora da confiança do consumidor nos EUA e Reino Unido, e a queda da produção industrial no Japão também não ajudou. Acentuado o risco de duplo mergulho da economia na recessão, a ordem foi fugir do risco das ações e commodities e migrar para os chamados ativos seguros.
Assim, o dólar mostrou força ante o euro e o real. Mas, no âmbito doméstico, o avanço da moeda norte-americana, de 1,51%, para R$ 1,810 no balcão - cotação mais alta desde 11 de junho -, poderia ter sido ainda maior não fosse a expectativa de forte entrada de recursos estrangeiros pela oferta de ações do Banco do Brasil, cujo período de reservas terminou ontem e hoje será definido o preço por ação. No final da tarde em Nova York, o euro era cotado a US$ 1,2196, de US$ 1,2276 no fim da tarde de segunda-feira.
Carregada pelas fortes perdas dos índices acionários norte-americanos, a Bovespa derreteu 3,50%, aos 61.977,91 pontos.
Nos juros, o quadro externo tenso se sobrepôs à agenda doméstica, que trouxe a desaceleração do IGP-M em junho e resultados fracos do setor público em maio. A taxa para janeiro de 2011 ficou em 11,33%; e para janeiro de 2012, em 12,04%.