Apesar do alívio observado nos preços de alimentos, a prévia de fevereiro da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou alta de 0,97%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As maiores pressões sobre o orçamento do brasileiro, no período, vieram das matrículas escolares e das tarifas de ônibus urbano.
Os gastos com educação foram os que, no conjunto, mais cresceram (5,88%). O grupo transportes avançou 1,04%, influenciado por reajustes de passagens em São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Mesmo sendo comum nesta época do ano, a carestia nessas despesas está resistindo mais do que o normal em 2011. “Acreditava-se que esses efeitos já estariam sendo minimizados em fevereiro, o que não foi verificado até agora”, afirmou o professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fábio Gallo.
Em contrapartida, o grupo dos alimentos, principal responsável pela inflação no ano passado, apresentou desaceleração de 1,21% para 0,57% em fevereiro. A maior queda individual foi no preço da carne, que teve retração de 1,87%.
Para o economista-sênior do BES Investment Bank, Flávio Serrano, apesar de a inflação ter avançado dentro das expectativas (o mercado previa alta de 0,99% do IPCA-15), o resultado está longe de ser positivo. “O setor de serviços continuou a ficar pressionado, o que reforça a visão de que o processo inflacionário não se limitou aos preços de alimentos”, considerou.