A taxa de câmbio doméstica oscilou entre R$ 1,57 e R$ 1,58 na rodada de negócios desta segunda-feira, após cair quase 3% em apenas dois dias no período. E nas últimas operações, subiu 0,44%, para R$ 1,581 (valor de venda).
Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,700 e comprado por R$ 1,540 nas casas de câmbio paulistas.
O preço da moeda americana vem desvalorizando há pelo menos três semanas consecutivas.
As intervenções diárias do Banco Central, na forma de leilões de compra, além de operações no mercado futuro, não têm evitado a queda livre das cotações, apesar da bateria de medidas cambiais já anunciadas pelo governo.
Os agentes financeiros percebem o impasse do governo e continuam apostando firmemente no barateamento do dólar. Além da questão cambial, o governo também precisa se preocupar com as pressões inflacionárias.
O "remédio" por excelência para combater a inflação, os juros altos, tendem a desvalorizar ainda mais as taxas de câmbio, que não podem subir demais, porque também servem de "âncora" para conter a alta dos preços domésticos.
Esse cenário já está explícito no "radar" semanal do BC das expectativas do mercado: o boletim Focus, elaborado a partir das projeções econômicas uma centena de instituições financeiras.
O relatório revela que boa parte dos economistas do setor financeiro revisou para cima suas projeções para a inflação do ano a taxa do IPCA previsto passou de 6,02% para 6,26%. Para 2012, a projeção de inflação se manteve inalterada em 5,00%.
Já a taxa de câmbio projetada para dezembro caiu para R$ 1,68, após semanas estagnada em R$ 1,70. A previsão para a taxa cambial de 2012 também ficou menor: de R$ 1,75 para R$ 1,72.
O fortalecimento do real é atribuído por muitos economistas à alta das commodities, que têm favorecido as contas externas.
Hoje, o Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial teve um superavit de US$ 809 milhões nas duas primeira semanas de abril, o que eleva o saldo positivo acumulado neste ano para US$ 3,978 bilhões.
Pelo conceito de média por dia útil (US$ 58,5 milhões), o resultado é mais que o dobro (134%) do registrado no mesmo período de 2010.
JUROS FUTUROS
As taxas projetadas no mercado futuro subiram com força na sessão de hoje.
No contrato para julho, a taxa prevista avançou de 11,97% ao ano para 12,04%; para janeiro de 2012, a taxa projetada passou de 12,26% para 12,31%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa prevista evoluiu de 12,73% para 12,77%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.