Acentuando suas perdas no final do dia, o dólar comercial fechou esta segunda-feira (29) com queda de 0,75%, terminando a R$ 1,593 na venda. O movimento refletiu o bom humor instaurado no mercado, com os investidores mostrando-se mais dispostos a tomarem posições de risco, deixando ativos mais conservador - como o dólar - em segundo plano.
O dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,5974 na venda, queda de 0,87%, próximo ao fechamento mensal da taxa, o que adiciona volumes ao mercado cambial.
No front interno, o Banco Central realizou um leilão para compra de dólares no mercado à vista. A operação ocorreu entre 15h44 (horário de Brasília) e 15h49, com taxa de corte de R$ 1,5924. A autoridade monetária também sinalizou que poderá vir a realizar um leilão de swap cambial reverso, visto que deverá fazer uma pesquisa da demanda por um movimento do tipo às 18h00 dessa segunda-feira.
Ainda por aqui, destaque para a elevação da meta de superávit primário anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Agora o objetivo do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) é de alcançar os R$ 90,8 bilhões este ano.
Outro evento doméstico que movimentou os investidores foi a proximidade da proxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e a percepção dos investidores de que a Selic pode vir a ser cortada nesse encontro. Por fim, os investidores também digeriram as novas projeções do relatório Focus, mostrando mais uma vez uma queda na estimativa de crescimento da economia brasileira.
Referências internacionais
O front externo também teve bastante relevância no rumo dos negócios. O mercado viu com bons olhos a fusão dos bancos gregos Alpha Bank e Eurobank, sinalizando a consolidação do setor bancário no país mais afetado pela crise da dívida soberana na Europa. A perspectiva elevou os mercados de maior risco, como o acionário, levando investimentos mais seguros, como o dólar, a recuarem.
Nos EUA, o núcleo do índice de preços PCE (Personal Consumption Expenditures) ficou em linha com as estimativas do mercado no mês de julho, enquando o Personal Income, que se refere à renda dos norte-americanos, decepcionou o mercado. Contudo, o Personal Spending, referente aos gastos dos consumidores do país com bens e serviços, avançou mais do que o esperado. Ainda por lá, o número de contratos de compra e venda de casas nos EUA veio em linha com as expectativas no mês de junho.
Dólar comercial e futuro
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,5910 na compra e R$ 1,5930 na venda, baixa de 0,75% em relação ao fechamento anterior. Apesar desta queda, o dólar acumula valorização de 2,64% em agosto, frente à baixa de 0,64% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 4,39%.
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em setembro segue o dia cotado a R$ 1,592, baixa de 0,72% em relação ao fechamento de R$ 1,604 da última sexta-feira. O contrato com vencimento em outubro, por sua vez, fechou em baixa de 0,71%, atingindo R$ 1,603 frente à R$ 1,615 do fechamento de sexta-feira.
O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,5918000.
FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 3,16 para outubro de 2011, 0,08 ponto percentual abaixo do que foi registrado na sessão anterior.