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O gestor financeiro agregando valores não financeiros à organização

Como os executivos da área financeira podem agregar valores às organizações com ações específicas e amplificadas, contribuindo para geração de resultados não financeiros na gestão financeira

Executivos financeiros em todas as organizações se debatem diariamente com as questões que se apresentam na área e ficam imersos em tomadas de decisões que lhes tiram tempo para reflexões e análises da gestão financeira do negócio.

Jeremy Hope reconhecido especialista financeiro autor de livros pela Harvard e criador da metodologia Beyond Budgeting Round Table – BBRT, apresenta uma nova metodologia de desempenho flexível e descentralização radical, o controle é feito através dos indicadores.

É básico analisar os números comparar e transformá-los em indicadores ou em percentuais. Sempre é possível realizar corte em custos, porém somente é possível realizar cortes quando se conhece a sua natureza. O corte de custos na rubrica pessoas e benefícios deve ser o último recurso quando não houver outras alternativas; ao contrário, o gestor financeiro, deve incrementar a capacitação da equipe com as novas técnicas, promover a agilidade na organização, reduzir o desperdício estar a disposição dos demais colegas para auxiliar e apoiar os melhores processos e decisões organizacionais.

Sempre há custos a serem cortados conforme a afirmação do Prof. Falconi “custo é custo não existe custo grande ou pequeno”, para criar a cultura de combate, aos custos, é necessário que todos sejam analisados e reavaliados quanto aos seus benefícios. Normalmente, o corte de custos pode ser realizado nas ações não operacionais de acordo com Porter e sua teoria das vantagens competitivas de: Diferenciação, custos ou foco.

A teoria a BBRT da área financeira foi aplicada a grandes organizações como exemplos: Google, Toyota, Ge e Unilever, que ultrapassam a tradicional média de crescimento médio de 15%, e os princípios propostos são:

þ  Simplificar tudo;

þ  Gerenciar processos, conseqüentemente o orçamento será gerenciado;

þ  Centralizar e padronizar as operações de apoio;

þ  Delegar mais planejamento e controle as equipes;

þ  Reduzir intervenção manual no processamento das transações;

þ  Tornar transparente o sistema de informações, evitar ferramentas e sistemas desnecessários.

A estratégia orçamentária que deve ser continua não dependente do tempo, ou ano fiscal, possuir margens de flexibilidade, revisões da situação e avaliações das tendências de mercado com o novo parâmetro, não somente da própria organização, mas sim o mercado.

Quanto aos princípios do processo de gestão, a concepção contínua e dinâmica proposta pelo modelo, induz a busca pela adaptabilidade do processo decisório, segundo o comportamento do ambiente. Transformando o potencial de desempenho da empresa, quebrando a armadilha do desempenho fixado para o ano seguinte e liberando todo o poder para as pessoas da linha de frente com as ferramentas disponíveis, assim é a visão da metodologia Beyond Budgeting. São necessárias rupturas de muitos paradigmas para a implementação de um modelo totalmente novo.

O gestor financeiro deve avaliar quais as técnicas da metodologia podem ser implantadas em sua organização, observo todas como possíveis: simplificações, melhoria de processos, centralização das atividades de apoio, delegar e descentralizar decisões operacionais e transparência das informações, no entanto não vejo como possível abandonar totalmente a peça orçamentária e sua importância para adoção integral ao novo modelo, uma vez que, o orçamento é um norte organizacional e mesmo por que nos controles de indicadores financeiros, o orçamento, é parte integrante e o controle orçamentário é uma ferramenta de gestão, que propicia a correção e os ajustes necessários.

Algumas de suas orientações da metodologia BBRT como flexibilidades orçamentárias, a continuidade orçamentária no tempo e outras sugestões de descentralização devem ser incorporadas aos processos de gestão financeira organizacional para ganhar em agilidade com atenção total ao fluxo de caixa, receitas e as despesas, e a comparação com a concorrência.

Neste contexto, destacamos que a metodologia BBRT carece de comprovação empírica quanto a sua eficácia em outras empresas e realidades econômicas distintas, e que o gestor financeiro tem entre suas atividades estar atualizado e sintonizado com as modernas técnicas de gestão e sincronizar a gestão do fluxo de caixa com as demais áreas da empresa, principalmente as operacionais, não estando focado somente nos números e questões financeiras, mas tendo uma visão mais abrangente de processos, pessoas e tecnologias da sua organização.

Concluindo a análise e adoção das medidas sugeridas, por parte da gestão financeira, deve ser avaliado criteriosamente como um conjunto de princípios sobre o modelo de gestão, e não adotadas integralmente ou de forma açodada, como metodologia alavancadora de resultados positivos.