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Taxa básica de juros sobe pela nona vez seguida e vai a 11% ao ano

Analistas não são unânimes quando se fala em uma nova elevação da Selic

O Banco Central confirmou as principais apostas de mercado e subiu, ontem, o juro básico, a taxa Selic, em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano. Foi o nono aumento seguido da taxa e na mesma intensidade do último, feito em fevereiro, que havia sido menos intenso que os anteriores. A decisão de hoje foi unânime. A perspectiva de analistas de nova alta de juros se baseava no cenário de inflação elevada. O IPCA, índice oficial de inflação, acumula alta de 5,68%.

A meta oficial é de 4,5%, com teto de 6,5%. De acordo com pesquisa mais recente do Banco Central com economistas, a projeção é que o IPCA encerre o ano em 6,3%. A elevação da Selic é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro. E, com menos demanda, a inflação tende a ceder.

Analistas não são unânimes quando se fala em uma nova elevação da Selic. De acordo com o comitê de acompanhamento macroeconômico da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a alta de ontem foi a última até o final do ano, embora a inflação permaneça pressionada.

“A impressão que passa é que o aumento dos preços reflete um choque de commodities agrícolas, que manterá a inflação pressionada. Não faz sentido aumentar os juros se o que está pressionando a inflação é o preço de soja, café”, diz Fernando Honorato, vice-presidente do comitê. 

Outros analistas, porém, acreditam em nova alta de 0,25 ponto percentual em  maio. É o caso de Luciano Rostagno, do Banco Mizuho do Brasil. “O Banco Central não encerrará oficialmente o ciclo de alta de juros neste momento”, afirmou.