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No Brasil, máquinas vão render menos.

O desempenho da indústria de máquinas e equipamentos deve voltar a repetir um ano ruim

 O desempenho da indústria de máquinas e equipamentos deve voltar a repetir um ano ruim. Segundo o diretor de Competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, em 2014 o decréscimo no faturamento do setor deve ser de "dois dígitos". "Dois dígitos é mais de 10% e menos de 99%, mas não vou ser tão pessimista e espero algo ao redor de 11% a 12% de queda no faturamento este ano", disse ontem, após comentar os resultados de maio do setor.

A indústria de máquinas e equipamentos fechou o mês de maio com faturamento bruto real de R$ 5,978 bilhões, queda de 2,2% ante abril. Na comparação com maio de 2013, o faturamento bruto real registrou recuo de 22,7%. No acumulado do ano, o faturamento bruto do setor caiu 13,4% quando comparado com o mesmo período de 2013 e chegou a R$ 28,588 bilhões.

Segundo Bernardini, com o provável resultado negativo em 2014, pode-se considerar que o setor enfrenta uma recessão. "Como é o terceiro ano consecutivo que isso ocorre já caracteriza uma recessão setorial", afirmou. Para ele, mais que uma queda mensal o resultado de maio mantém uma linha decrescente "que não deve ser revertida nos próximos meses".

Bernardini disse ainda que o ambiente de investimento produtivo enfrenta problemas e criticou a intervenção do Banco Central (BC) para segurar o dólar com a intenção de controlar a inflação. "O BC está mantendo o câmbio como âncora para conseguir manter a inflação dentro do teto a duras penas. E isso é feito com a indústria pagando o pato porque ela não tem preço para competir", afirmou.

O presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, também criticou a ação do BC. Para ele, a questão cambial é uma das principais razões para a crise da indústria. "Consideramos maléfico termos o real artificialmente valorizado, pois isso não vai resolver definitivamente o problema da inflação", afirmou.

Para Velloso, algumas políticas macroeconômicas terão que ser equacionadas para reverter o cenário atual. "O governo está administrando preços importantes há dois anos e agora está administrando o câmbio. Isso vai ter que ser equacionado e quando isso acontecer haverá aumento de inflação.Por isso, o cenário dos próximos anos também deve ser complicado."