Devido às constantes mudanças no comportamento da sociedade de consumo global, as médias e grandes empresas brasileiras estão se mobilizando em busca da inovação e para atender as demandas dos clientes do século 21.
De certa forma essa é uma nova estratégia das companhias antes consideradas “tradicionais” para sobreviver a competição de startups e de inovações disruptivas.
Na visão da diretora-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Heloisa Bedicks, cada vez mais empresas devem se adaptar aos novos tempos com o objetivo de garantir a perenidade ao longo do tempo. “Não é só trazer tecnologia, tem que haver uma transformação cultural e com as pessoas. Os mais jovens não aceitam mais as velhas estruturas de hierarquias, eles querem conversar com os executivos todos os dias, pois desejam fazer parte das transformações”, afirmou
Ela resumiu que o tema Conselho que Transformam do 7° Encontro de Conselheiros – realizado ontem – abordou a necessidade do engajamento das empresas com seus colaboradores. “Além da inovação tecnológica, há uma transformação social que os Conselhos (e executivos) precisam ficar atentos para escutar suas equipes de gestão e todos os demais stakeholders (parceiros estratégicos), a comunidade onde a empresa atua, conhecer seus concorrentes e consumidores”, recomenda a diretora-geral do Instituto.
Sobre o trabalho do IBGC nesse tema, ela exemplificou que o Instituto realizou missões para o Vale do Silício (EUA) em 2018 e para Israel neste ano. “Levamos 45 pessoas para o Vale do Silício, e 80 para Israel em busca de novas técnicas. Não existe mais nada inflexível. As empresas precisam de flexibilidade para essas mudanças disruptivas que estão acontecendo dentro do ecossistema”, observa. “As empresas tradicionais devem abrir os olhos, senão vão acabar”, alerta Heloisa Bedicks.
Exemplo do setor financeiro
Presente ao evento do IBGC, o CIO do Itaú, Ricardo Guerra, contou que sua instituição segue inovadora. “O banco é grande, mas temos um processo constante de inovação, vivemos uma transformação cultural, de processos e de métodos em cada uma das áreas de negócios e trabalhamos para entregar mais valor”, afirmou.
Em sua apresentação aos conselheiros, Guerra ilustrou que o momento para abraçar inovações é agora. “São muitas indústrias com problemas por não utilizar novas tecnologias””, observou o executivo.
Para o CEO do Blue Management Institute, Daniel Motta, os Conselhos das companhias devem atuar com coragem e ousadia para implantar jornadas de transformação. “Existem vários modelos de inovação aberta. As grandes empresas tanto podem construir laboratórios proprietários e convidar o ecossistema (fornecedores, clientes) para inovar com a companhia; ou pode incubar startups ao seu redor, mas sem os protocolos dos grandes organismos, para permitir a inovação”, sugere Motta.