O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, 19/06, por unanimidade, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,50% ao ano.
A manutenção confirma a expectativa do mercado financeiro. De um total de 56 instituições consultadas, todas esperavam pela manutenção da Selic no nível atual.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 30 e 31 de julho de 2019.
DECISÃO ADEQUADA
Para Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “A decisão é adequada para o momento porque a inflação ainda está um pouco acima do centro da meta, embora já em tendência de queda.
Além disso, o ajuste fiscal – cuja espinha dorsal é a reforma da Previdência – ainda está incipiente. Então, a rigor, o cenário é praticamente o mesmo da reunião passada, ainda que haja uma perspectiva do mercado financeiro de que a Selic feche o ano em 5,75%”, diz Solimeo.
Em nota, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) afirma aprovar a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 6,5%.
“Para a entidade, a decisão foi sábia e aponta um BC [Banco Central] não influenciado pela empolgação do início do ano, tampouco pelo ambiente conturbado dos últimos meses, e deve manter o equilíbrio ao longo deste primeiro semestre” , informa a nota.
A FecomercioSP avalia que, com o avanço e possibilidade de aprovação da reforma da Previdência no Congresso em 2019, existe a possibilidade da taxa Selic cair no fim do ano, podendo ficar abaixo de 6% em dezembro. “É importante ressaltar que a entidade apoia o processo de redução de juros diante de um cenário econômico mais tranquilo, com a inflação controlada.”
Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o BC só poderá reduzir a Selic após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A entidade cobrou engajamento do governo para mudanças na legislação que reduzam os gastos públicos.
“A decisão mostra a cautela do Banco Central em relação à tramitação da reforma da Previdência e aos possíveis impactos sobre as variáveis econômicas, como o câmbio, o déficit nas contas públicas e o investimento”, informou a CNI em comunicado.
Para a entidade, existe um ambiente favorável à redução dos juros porque a inflação continua abaixo da meta e porque a economia segue com crescimento baixo.
“No plano doméstico, diminuíram as pressões sobre os preços e a inflação continua abaixo da meta, e as dificuldades de recuperação da atividade indicam que a economia crescerá menos de 1% neste ano. Além disso, o desemprego continua alto, o que compromete o consumo das famílias”, ressaltou a confederação.