Celular sempre à mão, 100% do tempo conectado com o mundo, exposição diária e sem controle. Esse parece ser o novo formato de vida do século XXI, em que a transformação digital está impactando a maneira de viver do ser humano. No mercado de trabalho, a evolução constante da tecnologia também exige uma nova postura das lideranças, que precisam repensar seu modo de atuar. Para Roberto Vilela, consultor empresarial e palestrante, três questões são primordiais neste cenário e devem ser levadas em conta por quem quer ser um líder de sucesso.
1 – Modelos flexíveis de trabalho já não são exceção: se o home office antes era coisa para poucos, hoje é apontado como tendência e cresce cada vez mais. Segundo levantamento da International Workplace Group, 60% dos escritórios em todo o mundo já adotaram este novo modelo. Pessoas trabalhando em casa e não precisando cumprir uma rígida rotina de horários também demanda um novo modelo de cobrança. “O líder já não pode se preocupar se o funcionário chegou no horário ou cumpriu suas oito horas diárias. Cada vez mais, o foco precisa ser em entrega, em resultado e não tempo de dedicação à empresa”, afirma Roberto.
2 – Meu colega é um robô: a automação deixou a rotina muito menos burocrática e os atendimentos mais rápido. Dificilmente alguém ainda não se deparou com um chatbot ao necessitar alguma informação de determinado fornecedor. E isso não quer dizer que pessoas estão sendo substituídas, mas sim que elas estão ganhando outro papel nas corporações. “E entender essa mudança é essencial para engajar as pessoas, que precisam ser incentivadas a buscarem mais qualificação para assumir novos cargos. O líder precisa ter um papel de apoiador aqui e não aquele perfil amedrontador, em que o chefe é o primeiro a apontar a redução de cargos graças à tecnologia”, comenta.
3 – Ser digital é ser humano também: por mais que as conexões cresçam – segundo a consultoria IDC, até 2020 haverá mais de 30 bilhões de pontos de Internet das Coisas (IoT) no mundo – elas nem sempre irão substituir uma abordagem pessoal. E, de acordo com Roberto, cabe ao líder enxergar e apoiar a equipe a entender os limites entre o uso da tecnologia e o contato humano. “É muito claro que usar a internet em todos os lugares, extrair dados de dispositivos e sensores vai mudar radicalmente os níveis de produção e entrega, mas lá no fundo o contato humano ainda será crucial para bons negócios. O olho no olho, a visita que denota preocupação com o cliente, a ligação no lugar da mensagem sempre irão existir e o gestor precisa ajudar sua equipe a seguir com esse tipo de ação”, finaliza.