Já são praticamente quatro anos de crise econômica no Brasil, com quadros de recessão e baixa atividade econômica, indústrias fechando ou deixando o país, o comércio com cada vez mais placas de “Aluga-se” e mais de 12 milhões de desempregados em todo o território nacional. Com pouco investimento estrangeiro, por causa da falta de confiança no ambiente político do país, mais o número de cidadãos endividados, sem acesso ao crédito, o cenário parece ser de difícil recuperação.
No entanto, o governo federal tem trabalhado em medidas que buscam desatar o nó da economia nacional. Cortes de custos no setor público, reformas estruturais e a mudança da política brasileira de juros são as medidas que foram tomadas primeiro. A atual capacidade de investimento do governo brasileiro em infraestrutura, pilar fundamental para a saúde econômica de um país, está reduzida. Seja por falta de dinheiro ou por corte de despesas, há milhares de obras paradas.
A saída então é fomentar o investimento privado, seja ele nacional ou internacional. Hoje, com a inflação controlada, a taxa básica de juros, que é quanto o governo paga do crédito que contrai com os bancos e é a baliza das taxas de juros praticadas por esses mesmos bancos no varejo, é a menor da história do país (5% ao ano). Tal medida foi tomada para incentivar os bancos a baixarem suas respectivas taxas e facilitarem o acesso ao crédito para os brasileiros.
Embora a queda nos juros dos bancos de varejo ainda seja um desejo do governo, o ambiente de negócios do país vem dando sinais de melhora. A expectativa é que em 2020 o crédito seja facilitado, incentivando o empreendedorismo local, também fomentado pela desburocratização promovida pelo governo. Outro fator a ser vencido é a insegurança na hora de abrir um negócio. Todo empreendimento envolve risco. Uma boa ideia posta em prática sempre vai arriscar o dinheiro de alguém.
É nesse momento que se fazem necessárias coisas como educação financeira, disciplina e senso de planejamento. O brasileiro tem como cultura recorrer apenas ao empréstimo urgente quando realmente precisa para solucionar alguma dificuldade e não para investir. Mas essa realidade pode ser diferente. Com preparo e disciplina, é possível sim começar um negócio de sucesso com um crédito bancário. Responsabilidade é a chave.
Como conseguir dinheiro para abrir uma pequena empresa
Todo empreendedor em potencial sabe que para começar qualquer negócio, o ideal é se planejar para investir e já ter o capital de giro necessário para abrir e manter uma empresa durante os seus primeiros dois anos, sem fazer retiradas importantes. Caso essa cartilha não seja possível de ser seguida, então a melhor saída é pegar um empréstimo, para não deixar que uma ideia ou um sonho morram por falta de recursos. Porém, é preciso lembrar que isso aumenta o risco de o negócio não dar certo.
O empreendedor já vai começa com uma despesa a mais, e fixa por um longo tempo: a da parcela do crédito. Considerando este fato, só é recomendável encarar o risco de pegar empréstimo se o novo empresário estiver ciente de que vai precisar vender e faturar mais do que a média. Mais uma vez, planejar é a chave. Afinal, o que costuma quebrar uma empresa não é um produto ou um serviço ruim, mas a falta de metas claras de vendas e a inabilidade no momento de gerenciar as receitas.
Quanto mais estruturado estiver o plano de negócios maior é a chance de o empreendedor conseguir empréstimo. Afinal, não basta o crédito ser financeiramente acessível. É preciso dar garantias ao banco, e uma ideia estruturada, com boa dose de profissionalismo, pode ajudar. Ao partir do zero, conseguir aprovação de crédito pode ser uma tarefa difícil. Além disso, quanto maior for o risco para o banco, mais alta a taxa de juros cobrada, independentemente do ambiente econômico.
Como se trata de um investimento, o empréstimo para estes casos deve ser pesquisado minuciosamente. Nem sempre o relacionamento antigo com um banco será uma vantagem, portanto, é benéfico ir atrás das melhores condições. Não despreze bancos locais, não tão conhecidos, mas que normalmente cobram taxas de juros mais baixas e têm linhas de crédito focadas em micro e pequenos empreendedores. Por fim, a dica mais importante – nunca tome empréstimos como pessoa física para financiar um negócio. As condições de juros e prazo são diferenciadas para empresas e, caso o empréstimo seja feito para uma pessoa física, pode ser difícil de pagar.