Um levantamento sobre meios de pagamento feito pela empresa Gmattos, ao longo do mês de maio, indica que o PIX disparou como método utilizado em compras e já encosta no tradicional boleto. A diferença, que era superior a 57 pontos percentuais, caiu para 1,7.
No primeiro estudo desse tipo, em janeiro de 2021, o PIX era o quinto do ranking, aceito por 16,9% dos comércios virtuais no Brasil, enquanto a aceitação do boleto era de 74,6% - uma diferença de 57,7 pontos percentuais. Na edição de maio de 2022, enquanto o boleto ostenta uma aceitação de 76,3%, praticamente no mesmo patamar daquela primeira apuração, o PIX atingiu 74,6%.
Entre os fatores que têm turbinado essa ascensão, destaca-se hoje a estratégia de incentivo favorável ao PIX que vem sendo adotada por vários lojistas. Em maio/22, o Estudo de Pagamentos Gmattos contabilizou que 20% das lojas que aceitam PIX oferecem reais vantagens - descontos de 3% a 18% - para incentivar os consumidores a utilizar esse meio de pagamento. Em março/22, essa prática foi observada em 14% das lojas.
Pela avaliação da consultoria Gmattos, o potencial de aceitação do PIX pode chegar a 91% a longo prazo, considerando o segmento de lojas que ainda não operam com essa forma de pagamento, mas que aceitam algum tipo de recebimento à vista (débito bandeira ou banco, ou boleto). Do grupo de lojas que ainda não aceitam PIX, apenas 9% não operam com pagamentos à vista.
Outro ponto levantado pelo estudo sobre o PIX diz respeito à integração usada pelas lojas. Elas adotam em seu checkout o fluxo com QR Code, não utilizando o fluxo com iniciador de pagamentos, possibilidade disponibilizada pelo Banco Central no final de 2021 e que simplifica a autenticação do PIX.
Nesse caso, o iniciador acessa diretamente as instituições que fazem parte do open banking toda vez que um pagamento PIX é solicitado, requerendo a autenticação sem a necessidade do uso do QR Code. Dessa maneira, o fluxo de pagamento com 7 fases se reduz a apenas 3 passos.
Na liderança do ranking de meios de pagamento no e-commerce no Brasil, segue absoluto o crédito, com 98,3% de aceitação. Contudo, um novo formato desponta na oferta dessa modalidade: o desconto para pagamento em uma parcela, ou a oferta de parcelamento com juros para períodos mais longos, que aparecem em várias lojas.
A consolidação dos débitos (aceitação do débito bandeira + débito bancos, excluindo redundâncias) em 28,8% esconde o nível marginal de aceitação das modalidades isoladas. Tanto bandeira como bancos mudaram seu patamar desde o início do ano passado: o débito bancos caiu de 25% para um patamar inferior a 20%, e o bandeira, de 20% para o patamar de 15%. Apenas 3,4% das lojas aceitam ambas as modalidades de débito, tornando a oferta simultânea bastante incomum.
A edição de maio do Estudo de Pagamentos Gmattos analisou 59 lojas online de destaque no mercado brasileiro, dos mais diversos segmentos, as quais, juntas, representam 85% do comércio eletrônico do país. A maior parte das observações aconteceu entre os dias 03 e 04 de maio de 2022.