A gestão de desempenho não é um campo fácil de navegar. Está em constante evolução, daí a necessidade de uma metodologia eficaz. Novas tendências surgem a cada ano e, infelizmente, com muita frequência, alguns departamentos de recursos humanos erram completamente no processo, o que leva os profissionais a se sentirem desanimados, desmotivados e desengajados. A liderança se torna frustrada com os baixos níveis de desempenho da equipe e dos funcionários individualmente.
Felizmente, cada vez mais empresas estão despertando para a importância (e os benefícios resultantes) de métodos eficazes de gerenciamento de desempenho. O primeiro passo para revitalizar e melhorar os processos existentes é entender o que é um sistema de gerenciamento de desempenho eficaz.
O que é Gestão de Desempenho? (Gerenciamento de Desempenho Definido)
Muitas pessoas já pensam imediatamente e confundem com avaliação de desempenho, que costuma ser realizada periodicamente pelas empresas e que, na verdade, é apenas um dos componentes deste sistema.
A gestão de desempenho, entretanto, tem uma atuação mais ampla e estratégica, pois trata-se de um processo contínuo de identificação, mensuração e desenvolvimento do desempenho individual e coletivo, alinhado com os objetivos estratégicos da organização.
Seu objetivo principal é rastrear e melhorar as habilidades que os profissionais precisam para desempenhar suas funções de trabalho necessárias. A gestão de desempenho pode melhorar o envolvimento dos profissionais — e sabemos que colaboradores mais engajados e mais felizes são muito mais produtivos.
Seus elementos incluem avaliações de desempenho, utilização de indicadores-chave de desempenho (KPIs) e painéis de gerenciamento, revisão por pares, feedback de 360 graus (vários indivíduos, de gerentes a subordinados) e o uso de software de gerenciamento de performance.
A gestão de desempenho não é importante apenas para a organização, é essencial para o desenvolvimento dos profissionais, pois muitas oportunidades de crescimento, incluindo bônus, promoções e, até mesmo, desligamentos, estão vinculadas a esse processo.
Como estruturar e colocar em prática a gestão de desempenho
Caso ainda não tenha um planejamento estratégico bem definido, como plano inicial, será imprescindível o desenvolvimento e consolidação de uma cultura organizacional que fortaleça os propósitos (missão, visão e valores), estratégias e objetivos da empresa.
Em seguida, para garantir que os membros da organização cultivem diariamente os propósitos e valores fundamentais definidos, será indispensável que tomem conhecimento do planejamento estratégico. Nesse caso, a comunicação será um fator de extrema importância e poderá ser realizada i) por meio uma integração, onde a alta liderança compartilhará os propósitos e estratégias; ii) reuniões entre líderes e liderados; iii) políticas internas, manuais de procedimentos e/ou iv) por instrumentos utilizados no endomarketing ou intranet.
Além disso, recomenda-se a realização de uma pesquisa de clima organizacional para um diagnóstico mais preciso sobre o ambiente de trabalho e alinhamento do fit cultural. Esse mapeamento ajudará a identificar e corrigir eventuais falhas, criar planos para promover melhorias, fazendo com que os membros da organização sintam que fazem parte de todo o processo.
Importante reforçar que a construção de competências técnicas –“hard skills”- e comportamentais – “soft skills” – deve, necessariamente, ser estruturada e inserida observando as estratégias de crescimento e objetivos, incorporando valores autênticos da cultura organizacional.
O ideal é que a gestão de desempenho ocorra em ciclos curtos e constantes, seguidos de avaliações semestrais, para que seja observada a aderência dos profissionais ao plano estratégico.
Por fim, vale ressaltar a importância de criar um comitê de liderança para fortalecer o plano de gestão de desempenho, desenvolvimento de metas individuais dos liderados, com reuniões mensais para acompanhamento e, eventuais, correções de rotas.
A importância de feedbacks frequentes
Feedbacks também são imprescindíveis e não devem se restringir às etapas dos processos de avaliações periódicas, devendo ser estimulados pela liderança em curto ciclo de acompanhamento, com critérios específicos, oportunos, diretivos e imparciais. Será um dos principais instrumentos durante o processo de gestão, como um medidor de expectativas entre líderes e liderados, para que cada um saiba exatamente o que fazer, com clareza sobre o seu papel.
A mesma importância deve ser considerada ao PDI – Plano de Desenvolvimento Individual, para impulsionar o potencial de maneira organizada e estratégica, monitorando o desenvolvimento de diferentes competências dos profissionais.
Elementos Básicos Necessários para uma Gestão de Desempenho eficaz
Um plano eficaz consiste em um processo de cinco etapas:
É preciso definir metas da maneira certa. Elas precisam, necessariamente, ser significativas e compreendidas. Os profissionais devem ter clareza sobre o porquê essas metas individuais são importantes e como elas promovem os objetivos organizacionais. Os colaboradores se importarão muito mais com suas funções e ficarão mais engajados quando souberem — e realmente entenderem — como seu trabalho é importante.
A liderança deve monitorar continuamente o desempenho de seus profissionais. É por isso que manter uma comunicação constante e um ambiente aberto para feedback é essencial durante todo o ano.
Nenhum profissional de alto desempenho ambicioso deseja permanecer em uma empresa a longo prazo sem aprimorar e desenvolver habilidades. O avanço e o desenvolvimento são importantes para suas carreiras — sem mencionar que as empresas se beneficiam quando seus profissionais são mais qualificados e capazes.
4.Utilizar Indicadores
O uso de uma plataforma de gerenciamento de desempenho online lhe dará controle sobre dados, métricas e feedback dos profissionais. Revise essas informações e compartilhe insights em toda a sua organização para comemorar as conquistas ou aproveite esse conhecimento para implementar rapidamente as alterações necessárias para que sua organização possa manter as operações sob controle.
Um sistema de gestão de desempenho eficaz deve priorizar o reconhecimento e a recompensa dos profissionais, que se sentirão valorizados e apreciados pelo trabalho que realizam e pelo esforço que fazem. Se o reconhecimento não for uma prioridade, isso provavelmente trará um impacto negativo, resultando em rotatividade voluntária.
Raquel Segri Ferreira é Diretora de Marketing, Comunicação e Business Development do ButtiniMoraes Advogados. É advogada e possui ampla experiência em business development, pesquisas setoriais e de inteligência de mercado, cross-selling, administração e gestão de rankings, comunicação corporativa, endomarketing e gestão de projetos estratégicos de branding.
Neide Leite Galante é Gerente de RH do ButtiniMoraes Advogados. É advogada e possui mais de 25 anos de experiência no segmento jurídico, voltado para a gestão estratégica de escritórios de advocacia.