As queixas de golpes cibernéticos dispararam em São Paulo este ano. Já são quase 40 pessoas enganadas por dia.
Os crimes cibernéticos dispararam nos últimos anos – é o que mostram os números da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
"Primeiro chegou uma mensagem no celular. Em seguida, a vítima recebeu uma ligação de um suposto funcionário de um banco. Eu passando esses dados, eles iriam acessar minha conta e fazer, fazer estragos que eles fazem com muita gente", disse o analista de informática que quase foi alvo dos criminosos.
Como ele não caiu, o golpista se irritou.
"Ele disse: 'Você não tem cara de quem tem dinheiro. Fica tranquilo. Vou aplicar o golpe, outro vai cair'".
E caiu mesmo.
Uma outra vítima deu R$ 168 mil. Uma falsa atendente fez ela ir até uma agência.
"Ela falou: 'Olha, agora eu vou dar o passo a passo do que a senhora precisa fazer para desbloquear a conta'. Quando eu tirei um comprovante, vi 'pagamento'. Disse para ela: 'Saiu algo errado neste comprovante, saiu pagamento'. Ela falou: 'Não, não, não' e depois não respondeu mais", relembrou a vítima.
Ela pediui que o banco estornasse o pagamento indevido, o que não aconteceu.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz que os bancos avaliam caso a caso.
"Dada a velocidade das operações, é cada vez mais difícil recuperar essas transações no sistema financeiro. Por isso, desconfiar é a palavra chave. E nesse momento em que se desconfia, vá até o site do seu banco, procure seu gerente ou confirme se de fato esse contato partiu de seu banco", recomendou o diretor de Prevenção de Fraudes da Febraban, Adriano Volpini.
Nos últimos meses, surgiu um novo tipo de golpe: a mão fantasma.
Nele, os golpistas assumem os smartphones e fazem compras e transferências de dinheiro.
As vítimas só percebem quando já ficaram no prejuízo. Em São Paulo, o crime é chamado de invasão de dispositivos eletrônicos.
Apenas este ano, esse tipo de fraude fez 13.337 casos.
"O criminoso mandava um link no qual a pessoa clicava e ele espelhava o telefone celular da pessoa no seu computador ou no seu próprio telefione celular. A partir daí, a mão fantasma entra em ação - o telefone começa a operar sem o conhecimento do proprietário", explicou o delegado da Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo, Carlos Afonso Gonçalves da Silva.
Ele dá a dica de como não se tornar a próxima vítima.
"Basicamente é não atender telefones de números que não se conhece, não clicar em links enviados e não responder mensagens estranhas pelo aplicativo de comunicação".
De a cordo com dados da empresa de cyberseguranla Fortnet, de janeiro a setembro deste ano, o Brasil já registrou mais de 50 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos – 10 bilhões a mais de tentativas ocorridas no mesmo período do ano passado.