Pesquisa inédita mapeou como líderes de empresas no Brasil estão lidando com os desafios atuais. E a comunicação entre times e lideranças está entre os principais gargalos: quase a totalidade (90%) acredita que ela precisa melhorar. A primeira edição do Panorama de Sentimento das Lideranças buscou trazer um olhar certeiro para as principais dores das lideranças conectadas com o cenário atual. E encontrou respostas surpreendentes.
285 participantes engajaram em um questionário que se propôs, para além de coletar dados, estimular reflexões. Pausar um pouco a sequência de videochamadas e demandas, fazer-se algumas perguntas, pensar e sentir – tanto sobre o contexto global e o negócio, como também sobre si, com reflexões individuais sobre comportamentos, vontades e dores de cada pessoa que respondeu.
Metade dos respondentes vieram de empresas de grande porte, de diferentes setores. Independentemente do tamanho do negócio, é consenso de mercado: estamos em um momento complexo, com incertezas que ultrapassam fronteiras e colocam o mundo em estado de alerta. Um período que alguns teóricos estão chamando de “interpandemia”, atrelado a prognósticos de recessão global, guerra em curso, polarização política em diferentes países, e emergência climática.
Além de tudo, tem metaverso, blockchain, trabalho híbrido, saúde mental, novas demandas individuais por mais propósito – de genZ a baby boomers. E todos são desafios que geram novos desafios. Algumas mudanças seguem nebulosas, nem é possível saber o que encontraremos ali à frente.
Estamos em mar revolto, enfrentando uma ressaca. Entretanto, precisamos – e mais do que isso, podemos! – atravessar o momento, com mais tranquilidade e confiança.
A maré dita a estratégia. Mas não trava. O que trava são os medos. Por isso mesmo elaboramos o Panorama: para ouvir as lideranças e as organizações sobre o que está gerando incerteza e insegurança. E para, juntos, encontrarmos o fôlego e os caminhos, escalando as evoluções que conquistamos até aqui.
“Tem um efeito cascata: por causa do medo do fracasso, tenho visto líderes começarem a tropeçar em questões de inclusão, pertencimento e identidade. Em vez de serem ousados e adotarem uma mentalidade experimental, eles estão voltando às formas familiares de operar e se tornando menos empáticos com o que os outros querem”, afirma Lynda Gratton, professora de Gestão na London Business School e pesquisadora em comportamento organizacional, em artigo para a MIT Sloan Management Review.
Ao mesmo tempo, as soluções podem ser mais simples do que pensamos. Ao olharmos para tudo isso com clareza, conseguimos enxergar trajetos mais favoráveis.
Nem um, nem outro. Mas o presencial retomou sua força, talvez como nem tínhamos imaginado que ocorreria.
Quase 80% dos participantes da pesquisa disseram que suas empresas estão com as equipes nos escritórios – seja totalmente presencial, seja no formato híbrido. Totalmente remoto está para pouco mais de um quinto (21,8%).
Mais da metade (53,2%) dos respondentes está tentando enxergar melhor duas questões bem humanas, de relacionamento e capacitação: como promover engajamento e desenvolvimento do time (34,4%) e se desenvolver melhor como liderança (18,9%).
O diagnóstico reforça a relevância que as comunidades de aprendizagem desempenham na cultura organizacional. A construção de uma comunidade é uma tendência que acompanhamos crescer este ano. E, para 2023, já virou mandatória.
Os negócios precisam entender o que opera melhor. Mas os colaboradores também precisam ter espaço para manifestar como operam melhor.
A fluência das equipes, das demandas, e dos resultados precisa de uma abertura para o diálogo, assim como um olhar sistêmico para as dores atuais. Nesse sentido, para a maior parte dos respondentes, a comunicação grita mais: 52,7% apontam que ela é o principal gargalo do trabalho híbrido.
O Panorama também quis ouvir sobre os horizontes dos negócios. E a maioria das respostas trouxeram um fôlego grande. “Crescimento”, “expansão”, “novas possibilidades” estão entre as palavras que mais apareceram.
Ou seja, estamos rumando para o novo com incerteza, mas também muita coragem e boas perspectivas.
E para potencializar essa travessia, o desenvolvimento de habilidades se torna estratégico.
Embarcar em jornadas customizadas, aprender a aprender, aprender intencionalmente, autoliderar-se, planejar em colaboração, e celebrar o trajeto. Estamos indo bem e podemos seguir ainda melhor.