Passada a euforia do Carnaval, março chega e, junto com ele, uma data importante no calendário internacional: o Dia das Mulheres, celebrado nesta quarta-feira (8). Instituída pela primeira vez em 1911, apenas na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, a data até hoje é sinônimo da luta pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gêneros, que ainda parece uma realidade distante na maioria dos países. De acordo com o Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial, o tempo necessário para acabar com a disparidade global de gênero aumentou em uma geração, de 99,5 anos para 135,6 anos.
Entre as tantas pautas que a data levanta e defende, uma delas é a presença de mulheres no mercado de trabalho e, principalmente, em posições de destaque. Segundo uma pesquisa realizada pela Grant Thornton, as mulheres, que representam 51,1% da população brasileira, ocupam apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil. O caminho é longo, mas os avanços já são visíveis. Afinal, este resultado é 13 pontos percentuais superior ao que apontava o estudo anterior, aplicado em 2019.
"Das top 500 Fortune empresas [as 500 maiores empresas estadunidenses de capital aberto], menos de 7% são lideradas por mulheres, tendo apenas duas mulheres negra [Rosalind "Roz" Brewer e Thasunda Brown Duckett] e nenhuma latina neste número. O desafio de equidade de gênero nas empresas está principalmente na alta liderança, mas começa desde o início da carreira. Não se trata apenas de entender que é preciso oferecer as mesmas oportunidades para as profissionais do sexo feminino, mas de mudar de perspectiva e enxergar o potencial que elas têm de contribuir para uma cultura organizacional mais forte", aponta Tatiana Sadala, CEO e co-founder da Todas Group, uma plataforma de aceleração de carreiras femininas que tem parceria com o Pacto Global da ONU.
Muito mais do que uma pauta social, ela defende que a presença ativa de mulheres no mercado de trabalho é sobre resultados de negócio: "As maiores consultorias e universidades do mundo trazem pesquisas mostrando a correlação de mulheres na liderança com maior lucro, produtividade e inovação. Quando essa tese é colocada em prática observamos que, de fato, quando uma mulher cresce na liderança, os negócios crescem e as empresas também".