O termo memória corporativa ou empresarial se refere a um conjunto de itens e práticas utilizados para consolidar o storytelling de uma empresa – através, por exemplo, de registros como fotos e documentos de arquivo que façam parte da trajetória da organização e sejam aproveitados para contar a sua história.
Apesar de esse tipo de cultura de armazenagem e conservação ainda não ser tão difundido no Brasil, investir na memória empresarial pode trazer benefícios estratégicos importantes, não só ante as equipes de colaboradores, mas públicos externos, como clientes e parceiros.
De acordo com Stevania Valle, sócia e diretora de Relacionamento e Experiências da Exxmartt, toda empresa tem uma história que envolve e explica suas relações, sua identidade e muitas vezes o desenvolvimento de uma região, uma categoria ou uma linha de produtos ou serviços.
“Preservá-la e compartilhá-la, portanto, contribui não somente para a construção de imagem da empresa, mas também para o reconhecimento das pessoas”, argumenta Valle.
Reunir documentos, fotografias, folhetos institucionais, comerciais de televisão, jingles de rádio, reportagens na mídia, brindes, depoimentos e produtos antigos forma um conjunto poderoso de elementos no acervo de memória empresarial, que pode ser usado, por exemplo, em exposições temporárias ou mesmo um museu permanente.
Veja alguns dos benefícios proporcionados pelo investimento num projeto de memória empresarial:
Os funcionários podem aprender mais sobre a história da empresa e entender a importância do seu papel na organização, independentemente do cargo. Esse movimento cria um sentimento de pertencimento e orgulho em fazer parte daquele lugar, gerando engajamento com as causas e objetivos do negócio.
Segundo Valle, entender a origem da empresa facilita a compreensão de seus movimentos atuais e também para onde ela está caminhando no presente. Paralelamente, essa disseminação de conhecimento e cultura também atrai novos talentos.
2) Fortalecer relacionamento com stakeholders
Este é um benefício com retorno a longo prazo, mas pode gerar resultados muito positivos. Ao apresentar sua história, a empresa cria e fortalece um relacionamento genuíno e transparente com os stakeholders, sobretudo quando estes estão envolvidos na jornada.
Manter um centro de memória, de acordo com Valle, permite concentrar em um único lugar o portfólio de produtos e serviços da empresa ao longo de sua trajetória. Isso facilita ao quadro de colaboradores saber o que já foi lançado, quando, por que e quais os resultados e, a partir disso, decidir novos movimentos, com melhor estimativa de potencial de mercado e possibilidades de aperfeiçoamentos.
Quem não gosta de uma boa história? Em tempos nos quais o conteúdo é rei, todos, inclusive a vizinhança da organização, se sentem inspirados com uma trajetória de evolução, conquistas e realizações, além de conhecer um pouco mais sobre a região onde vivem e trabalham.
Nesse sentido, a memória empresarial pode ser um campo fértil para gerar notoriedade positiva e laços junto à comunidade local. Não à toa, algumas fábricas costumam abrir suas portas para visitas guiadas, apresentando ao público os bastidores de sua operação e curiosidades.
Assim, conforme defende Valle, compartilhar a experiência e as informações acumuladas durante a trajetória da empresa produz uma fonte rica de conhecimento que pode contribuir com a educação e tornar a organização mais ativa socialmente.
“Desenvolver boas práticas de memória empresarial ainda depende de maior adesão das organizações, mas não há dúvidas de que a aposta nesse caminho potencializa estratégias de comunicação que, implementadas de modo correto, resultam em uma série de benefícios”, avalia a executiva, ressaltando a importância de se contar com profissionais especializados na área para colocar em prática as soluções mais adequadas à realidade de cada empresa num projeto do tipo.