A rotatividade de pessoal ou o chamado turnover é caracterizado pelo número de funcionários que entram e saem de uma empresa no mesmo período e depende de características internas do negócio e da conjuntura econômica do País. Esse fluxo de entrada e saída de empregados costuma ser motivado pelas seguintes circunstâncias:
• Maior oferta de emprego;
• Novas oportunidades de crescimento profissional;
• Condições físicas inadequadas no ambiente de trabalho;
• Discordância em relação à política adotada pela empresa;
• Critérios inadequados de avaliação e programas adotados;
• Problemas com a supervisão;
• Descontentamento em relação aos benefícios oferecidos;
• Necessidade pessoal de novos desafios;
• Busca pela conquista de maiores salários;
• Mudança de ramo de atividade ou de função;
• Necessidade de substituição do funcionário;
• Desejo de diversificar o currículo com novas experiências;
• Mudança de local de residência ou de local da empresa;
• Insatisfação com o clima organizacional.
Independentemente do motivo, a rotatividade costuma ser bastante nociva para os negócios quando se observa o impacto geral causado pela constante substituição de trabalhadores.
O momento ruim da economia brasileira nos últimos anos prejudicou a geração de empregos e o crescimento da renda. Embora em recuperação, a taxa de desemprego ainda se mantém em nível elevado, tendo encerrado o ano passado em 11,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O quadro a seguir apresenta como ficou a taxa de rotatividade em 2017, conforme o setor e a região do País:
A taxa mais alta foi registrada no comércio (6,17), bem acima da média da economia, que foi de 3,79 no ano passado. Em relação à localidade, as regiões Centro-Oeste (4,32) e Sul (4,19) tiveram os índices mais altos, superando a média nacional.
Em novembro do ano passado, o comércio varejista paulista registrou 81.615 admissões e 66.409 desligamentos, criando 15.206 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A taxa de rotatividade foi de 5,55, nível bastante elevado, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Em geral, a rotatividade acarreta custos e perda de eficiência para as empresas. Os principais problemas são:
• Custo de admissão e contratação;
• Perda de produtividade;
• Necessidade de realização de novos treinamentos;
• Baixa produtividade inicial do novo contratado;
• Pagamento de horas extras pela ausência do empregado desligado;
• Custo da falta da mão de obra nos processos;
• Atrasos nos prazos e dificuldades no cumprimento das metas.
Além de representar elevado ônus para os negócios, esses custos não podem ser repassados para os preços. Dessa forma, o empresário do comércio precisa absorver as perdas, o que impacta a lucratividade da empresa.
Algumas ações podem ser tomadas para reduzir o fluxo de entrada e saída de funcionários. Inicialmente, é importante fazer um levantamento sobre as condições que a empresa oferece aos funcionários, tanto sob o aspecto financeiro quanto profissional. Isso inclui verificar como anda o ambiente organizacional, os salários e a composição de cargos, bem como rever os procedimentos internos e a oferta de benefícios.
Para cada ponto de insatisfação deve ser estudada uma política adequada, com o objetivo de minimizar a taxa de rotatividade.
Como as empresas do comércio são mais frágeis às oscilações da economia, pode-se concluir que o elevado nível de rotatividade representa um fator de risco para a sobrevivência dos pequenos e médios estabelecimentos, além de afetar negativamente o resultado financeiro das grandes corporações.