Procurar a ajuda de um contador para preencher a declaração do Imposto de Renda deve ser um processo cuidadoso: a confiança e a transparência devem permear a relação entre o contribuinte e o prestador de serviço, alertam especialistas e a própria Receita Federal.
Na semana passada, a Receita e a Polícia Federal apreenderam dezenas de documentos e computadores de um escritório de contabilidade em São Paulo, suspeito de atrair clientes com a promessa de ‘inflar’ o dinheiro da restituição.
Segundo a Receita Federal em São Paulo, há atualmente 12 mil declarações retidas na malha fina em razão de esquemas como esse.
Segundo a assessoria de imprensa da Receita Federal, grande parte desses contribuintes que estão na malha fina pode ter sido lesada.
Olho nos detalhes
Mas como fazer para evitar golpes e saber identificar uma situação suspeita? De acordo com a Receita, quem procura um contador deve ficar atento a comportamentos típicos: escritórios ou profissionais que fixam preço pelo serviço atrelado ao valor de uma eventual restituição devem ser preteridos.
O mais adequado é que se cobre um valor fixo pelo serviço, recomenda a Receita.
Outra dica é desconfiar de promessas muito ambiciosas, como casos em que se oferece restituição “gorda” mesmo a pessoas que nem têm Imposto de Renda descontado na fonte.
Para o presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, José Heleno Mariano, é importante verificar se o prestador de serviço é um profissional de verdade.
“Algumas vezes, nem profissionais da contabilidade são. São pessoas que aprendem por aí e conseguem vender seu serviço”, afirma Mariano.
Para não cair na conversa de um falso profissional, a recomendação é que o contribuinte consulte o site do conselho regional de contabilidade e verifique se o prestador de serviço tem um registro profissional ativo.
Além disso, pedir indicações de pessoas que já conheçam o trabalho do contador e conhecer pessoalmente o escritório em que ele atua podem ajudar a fugir de eventuais problemas.